Março Amarelo

09/03/2020

Março Amarelo

Mês mundial de conscientização da Endometriose



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O que é Endometriose?
Endometriose é uma condição na qual o endométrio, mucosa que reveste a parede interna do útero, cresce em outras regiões do corpo. Alguns sintomas da doença são: dores no período menstrual, infertilidade e dores nas relações sexuais.
Essa formação de tecido ectópico normalmente ocorre na região pélvica fora do útero, incluindo os ovários, intestino, no reto, na bexiga, nervos e peritônio (delicada membrana que reveste a pélvis). Entretanto, esse tecido também pode crescer em outras partes do corpo, como o diafragma, a pleura e os pulmões.
A endometriose é um problema comum, que atinge uma a cada seis mulheres em período reprodutivo. A doença tem maior chance de ocorrer se houver outros casos na família, o que sugere uma tendência genética.
Embora, normalmente, a endometriose seja diagnosticada entre 25 e 35 anos, a doença provavelmente começa já alguns meses após o início da primeira menstruação.
Estima-se, internacionalmente, que o atraso no diagnóstico chegue a oito anos. Isso acontece muito por conta da não valorização das dores intensas no período menstrual, principal sintoma da enfermidade.

Endometriose e infertilidade
A endometriose não só está associada à dor pélvica, mas também à ocorrência de infertilidade. A presença de endometriose diminui o potencial de fertilidade em menor ou maior grau, dependendo da extensão da doença. Aproximadamente 50% do casos de infertilidade feminina podem ter a endometriose como uma das principais causas. 
O principal fator de infertilidade causado pela endometriose é o tubário, ou seja, as tubas uterinas ficam danificadas. Isso porque o processo inflamatório crônico da doença leva à formação de aderências do peritônio com outros órgãos pélvicos, o que pode resultar na obstrução das tubas uterinas e na redução da sua mobilidade. Isso dificulta ou até mesmo impede o transporte do óvulo e espermatozoides, e consequentemente a fecundação.
A presença de endometriomas (cistos de endometriose) nos ovários também pode comprometer a fertilidade. Outra hipótese em estudo é que a endometriose cause alterações inflamatórias e imunológicas no útero e endométrio que atrapalham a implantação do embrião.

Endometriose em outros órgãos
A endometriose é capaz de afetar até mesmo tecidos distantes, como o pulmão, o nervo ciático e o diafragma. No entanto, é importante destacar que, a doença não se espalha como um câncer, ou seja, o fato de surgir em outras regiões não é necessariamente sinal de agravamento. Inclusive, é possível ter focos à distância sem ter endometriose na pelve.

Uma das explicações para o fenômeno é que, embora a grande maioria dos episódios seja causado pela regurgitação do sangue menstrual nas proximidades do útero - o sangue segue para a barriga, passando pelas tubas uterinas -, há situações em que os focos são transportados diretamente pelo sangue ou se tratam de restos embrionários (pequena parte de tecido uterino que ficou na região no momento da formação do embrião).

Os sintomas variam de acordo com a área acometida:
Pulmão: tosse com sangue
Bexiga: dor ao urinar
Intestino: dor ao evacuar e diarreia
Ciático: dores na lombar e no músculo posterior das coxas
Diafragma: dores no ombro direito e pescoço

Se o foco não for grande, o tratamento pode ser feito inicialmente com medicamentos hormonais que inibem a menstruação, exatamente da mesma forma que seria caso a endometriose se localizasse nos órgãos do sistema reprodutivo.

Diagnóstico de Endometriose
O diagnóstico de endometriose pode ser feito por meio da descrição dos sintomas, mas pode ser que o médico solicite a realização de alguns exames. 

Exames
Quais exames detectam a endometriose?

Exame pélvico com toque vaginal e retal: em que o médico investiga a região pélvica da paciente, procurando por anormalidades, como massas ou nódulos nos órgãos reprodutores, intestinais ou nas vias urinárias

Ultrassom especializado: a análise das imagens permite ao médico averiguar se há presença de cistos nos órgãos da região pélvica. Este exame não permite ao especialista diagnosticar a paciente com endometriose, mas ajuda na identificação de endometriomas, que são cistos associados à endometriose. O ultrassom com preparo intestinal pode identificar focos profundos da doença.

Ressonância magnética: pode detectar, especialmente, a presença de cistos endometrióticos e a endometriose profunda. É um exame que não usa radiação e possibilita um mapeamento completo das lesões da pelve a abdômen.

Laparoscopia: devido aos avanços dos exames de imagem, a laparoscopia é cada vez menos usada como método diagnóstico - seu papel atual é o de opção de tratamento quando já há suspeita. O cirurgião faz uma pequena abertura na região do abdômen e, com a ajuda de um laparoscópico, avalia a cavidade pélvica e abdominal à procura de pontos de endométrio ectópico ou endometriomas (cistos de endometriose). Uma vez encontradas lesões suspeitas, ele deve remover todas e enviá-las para análise laboratorial. O resultado do exame indicará se a paciente está com endometriose ou não.

Cirurgias para Endometriose
Uma vez confirmado o diagnóstico de endometriose, a laparoscopia pode ser utilizada para o tratamento das lesões. Por ser uma cirurgia minimamente invasiva, mas ao mesmo tempo resolutiva, hoje é a escolha mais comum quando da necessidade de intervenção cirúrgica para o tratamento. A cirurgia robótica, que tem as mesmas vantagens da laparoscopia e ainda propicia maior precisão, também é outra excelente alternativa.

As técnicas permitem remover todos os focos, drenar os cistos endometriais e depois retirar a capa que os reveste. Pode-se ainda fazer a ressecção de porções intestinais ou de bexiga quando há lesões envolvendo esses órgãos. Em alguns casos, a histerectomia (retirada do útero, trompas e dos ovários também pode ser realizada.


Fonte: site Minha Vida

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